domingo, 31 de maio de 2009

O rosto da incompetência

Vítor Constâncio. Por estas e por outras. O rosto da incompetência.
.

5 comentários:

Miguel Mendes disse...

Os julgamentos e achincalhamentos na praça públida devem ser combatidos, a começar pelos líderes de opinião. Estes exercícios imorais para viciar a opinião pública provocam nos cidadãos a frustração e o descrédito nas Instituições democráticas. Provavelmente são a maior causa da abstenção eleitoral e isso é, na minha opinião, verdadeiramente dramático.
Penso que ser chamado por uma Comissão Parlamentar para explicar funções em exercício é, em essência e neste caso particular, um sínónimo do carácter sensível da função para um assunto sob investigação. Não é, não pode ser, um atestado automático de incompetência.
Atestados automáticos de corrupção e incompetência é o que a oposição feita pelo Centro-Direita tem querido passar - recorrendo à trapaça e a outros instrumentos mais complexos e de forma muito competente, diga-se - a pessoas ligadas ao partido do Governo e que ocupam, por mérito próprio e legitimação institucional, cargos de Estado.
Lamento contrariar a tua mensagem, mas como leitor assíduo e contínuo dos teus comentários não ficaria bem se não o fizesse.
Cumprimentos.

Manuel Ramalhete disse...

António:

O que declararam os deputados mais activos, de todos os quadrantes, que fazem parte da comissão de inquérito ao BPN, parece não deixar margem para dúvidas. Se não é incompetência, então o que é?
As notícias dizem que até o PS já admite "deixar cair" o governador.

amv disse...

Miguel,

centro, direita ou esquerda pouco importa nos casos que têm surgido em Portugal. Talvez por falha minha, nem sei bem o que por estes tempos são a direita, a esquerda ou o centro. Acho até que se poderia arranjar um partido especial em que a escumalha que vai envergonhando, delapidando, roubando, desprestigiando o país pudesse ser arrumada. Escumalha que vem dos sítios mais variados. Os líderes de opinião, ou até aqueles que como eu não são líderes de nada a não ser de si próprios, e pensam pela sua cabeça, não me parece que prejudiquem muito Portugal. O mesmo não posso dizer de gente como Dias Loureiro, Vítor Constâncio, Oliveira e Costa e outros do género.

Abraço

amv disse...

Manuel,

eu quero crer que se trata apenas de incompetência de Vítor Constâncio. Como diz o deputado do Bloco de Esquerda que está na comissão parlamentar criada para o caso da nacionalização do BPN, não é tão grave a incompetência como a delinquência. Vítor Constâncio é um incompetente (basta lembrar os seus tempos na liderança do PS) cuja nomeação para governador do Banco de Portugal foi um tremendo erro (embora não tão grave como o de Cavaco Silva ao nomear Dias Loureiro para o Conselho de Estado, uma autêntica leviandade, já habitual no presidente da República). Depois da nomeação de Vítor Constâncio é o que já se sabe: ele desprestigiou e muito a instituição e ainda por cima sendo pago de forma principesca (sem grande esforço de memória arranja-se uma série de casos além do da desmazelada supervisão do BPN - a supervisão do Banco Privado, a supervisão do BCP, os créditos à habitação atribuídos a altos funcionário do próprio Banco de Portugal, a manutenção das reformas pornográficas ao fim de meia-dúzia de anos tipo Campos e Cunha ou o mais recente, a tentativa manhosa de aumentos de cinco por cento para toda a administração da instituição, tentativa que só não teve êxito porque um jornal a descobriu e a denunciou).

Um abraço

Miguel Mendes disse...

António,

Distingo bem as opiniões das pessoas interventivas, como considero ser o teu caso, de outra coisa diferente que é a injúria organizada (por parte dos partidos do centro-direita de oposição ao Governo) com o objectivo directo de denegrir e sanear os que foram eleitos ou escolhidos para exercer funções de Estado, com consequências dramáticas para o bom funcionamento das Instituições. Contra este último tipo de acção me insurjo. Neste sentido, fizeste bem em colocar um ponto de ordem.
Recorro ainda para dizer que, feitas as contas, e considerando que a defesa é legítima, se para cada acusação indecente houvesse uma resposta proporcional, nos dias que correm os titulares de cargos de Estado não faziam mais nada senão ocupar-se com a sua defesa e consequente contra-acusação. Voltaríamos aos tempos da Primeira República, cuja instabilidade política proporcionou fortes argumentos de adesão à ditadura.
Os problemas em torno do Banco de Portugal (enumerados na resposta a Manuel Ramalhete) precisarão de soluções mais estruturantes do que um sumário saneamento do actual presidente, pois isso não resolve nem as pensões dos altos funcionários nem o seu chorudo salário. Enquanto não se defenderem reformas na instituição, tudo não passa de um exercício de rotativismo para ocupar o melhor poleiro da capoeira.

Cumprimentos