quarta-feira, 11 de junho de 2008

O «DN Jovem»

A história de um projecto extraordinário, o inesquecível «DN Jovem», do Manuel Dias, pode ser lida aqui; um texto da jornalista Helena de Sousa Freitas, na revista «JJ», do Clube de Jornalistas. Sem esse projecto, não sei o que teria sido de mim como escritor, nem sei se teria alguma vez publicado, ou até escrito, um livro que fosse. O projecto nasceu há 25 anos. Há 20 escrevia eu por lá quase todas as semanas, coisas como esta...
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O Senhor São Romão foi encontrado na Umbria, dentro de uma sementeira de favas. É um achado tão velho que até a mulher que o fez já morreu e agora ninguém se lembra de como se chamava ou de como era a sua figura. Diz o povo que a ela Deus se encarregou de lhe arranjar um lugar bom para a alma, e isso deve ser certo, porque os sacrifícios em favor do divino têm fama de vir a receber compensações depois da morte. O Céu, como apregoa o senhor abade Simão Agostinho, é só para quem o merece, e da mulher que um dia deu com o Senhor São Romão pode-se dizer à confiança que está nessa conta.
Sempre tem sido muito falado o que ela passou com o santo, depois de o ter trazido aqui para a igreja do Alferce e de o ter colocado no altar maior. Ele desapareceu em menos de nada, e isso foi uma coisa que deixou toda a gente de boca aberta e sem saber o que pensar. Mas passado um tempo a mulher voltou a encontrá-lo nas ditas favas e tudo voltou ao princípio. De novo o levou para a igreja, de novo ele fugiu, e assim foi de novo em novo até que um belo dia assilhou. Da igreja não mais saiu, descansou a mulher, comeram-se as favas e o povo orou.
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1 comentário:

Anónimo disse...

O DN-JOVEM fez história. Morreu de pé, mas deixou o rasto indelével de um projecto de sonhos e de amizade.
O Manuel Dias foi agraciado, mas nunca será dignamente reconhecido pelo serviço público prestado às letras e às artes.
Há um grupo de criadores que lhe é devedor e que ainda está a tempo de um gesto devido.
A proposta, já uma vez lançada (embora sem surtir efeito), pode ser relançada, basta querermos.
Há por aí muita gente disposta e disponível para uma antologia comemorativa. Haverá?
Que tal atirar a semente?! Contem comigo, que o Manuel Dias merece um abraço!