sábado, 17 de maio de 2008

Não ao acordo

O «acordo ortográfico» a passar na assembleia da nossa República quase sem se dar por isso, como se calhar até convinha a quem se lembrou desta parvoíce. Apenas quatro deputados foram capazes de dizer não. O texto abaixo, de Pedro Correia, que copio daqui (blog «Corta-fitas»), resume na perfeição aquilo que penso sobre o assunto.

Há sempre alguém que diz não
Em 230 deputados, apenas quatro se atreveram a votar ontem contra o "acordo ortográfico" na Assembleia da República, despachado com uma burocrática indiferença, quase sem debate no hemiciclo, tal como já havia sucedido com a ratificação do Tratado de Lisboa. Um dos deputados que ousou contrariar a regra da quase-unanimidade parlamentar numa questão tão polémica foi Manuel Alegre. Sinto-me representado por ele e pelos restantes três que também recusaram fazer coro com a maioria de legisladores que declarou guerra às consoantes mudas em nome da impossível unidade ortográfica luso-brasileira - Luísa Mesquita, António Carlos Monteiro e Nuno Melo. Eu e todos os portugueses que somos frontalmente contra este "acordo" agradecemos-lhes a ousadia. Felizmente há sempre alguém que diz não. Mesmo em tempos de união nacional, acrítica e monolítica.

1 comentário:

Anónimo disse...

Quando Carlos Reis e Vasco Graça Moura foram à AR, bem recentemente, parece que as reacções dos deputados foram de respeito pelas duas posições tomadas e uma grande perplexidade quanto ao Acordo.
Como explicar esta votação?
Disciplina de voto.
Saúdo os quatro dissidentes, que mais tarde poderão sempre alegar: "Não com o meu voto".