segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Duas perspectivas do que é o serviço público

Vem no «Expresso» do passado sábado. A administração do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, abdicou do direito de comprar carro de serviço, como forma de viabilizar a aquisição de novos equipamentos para o bloco operatório de neurocirurgia. São cinco os membros do concelho de administração. Com os 35.000 euros poupados em cada carro (sete mil contos), juntaram 175.000 euros (35.000 contos) e conseguiram ver aprovado um projecto de financiamento de um programa chamado «Saúde XXI» (o programa financiou os novos equipamentos em 75%, a juntar aos 25% que o valor das cinco viaturas representava).
Na minha terra, Monchique (na foto), o presidente da câmara, Carlos Tuta, tem duas viaturas ao seu serviço, um automóvel de alta cilindrada e um jipe todo-o-terreno (referia-se aos dois, e se calhar ainda se refere, como o «carro do presidente» e o «jipe do presidente», respectivamente). Quando fui vereador naquela câmara tentei mais o colega da lista que tinha integrado (Vidaul Costa) que fosse retirada uma das viaturas ao presidente, para outras finalidades; a ver se aquela pouca vergonha acabava. Tentei duas vezes (em 2005), mas as propostas foram inviabilizadas com os votos contra do presidente (que as considerava «ataques pessoais»), do vice-presidente António Mira e do outro vereador afecto ao presidente (Carlos Henrique); destes, um tinha direito a um carro e outro a um jipe.

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