domingo, 26 de agosto de 2007

Depois da brincadeira de Manuel Pinho

Depois da brincadeira de mau gosto de Manuel Pinho com a idiotice do «Allgarve», os espanhóis a tentarem tomar conta do Algarve, só que ao contrário, ou quase. Percebe-se tudo no requerimento de José Mendes Bota, dirigido ao presidente da Assembleia da República. Mendes Bota é deputado da mesma assembleia, eleito pelo Algarve.

Exmo. Sr.
Presidente da Assembleia da República

ALGARVE ESPANHOL – UM CASO DE PUBLICIDADE ENGANOSA

Vão longe os tempos do Reino de Niebla, ou do al-Gharb que passava para lá do rio Guadiana. Há muitos séculos que está estabilizada a fronteira entre Portugal e Espanha, pelo menos no que ao Algarve diz respeito.

Tampouco existe do lado português a pretensão de vir a anexar território além-rio, por terras de Ayamonte, Lepe ou Huelva. Existe uma grande simpatia para com os vizinhos espanhóis, para com sua competitividade fiscal, o elevado nível de vida e o baixo registo dos preços do cabaz de compras, mas talvez não seja aconselhável aceitar o alargamento territorial do Algarve. A fronteira é virtual, mas convirá deixá-la onde o mapa determina e a diferença linguística se faz notar.

O que não é aceitável é que o nome do Algarve seja utilizado em publicidade enganosa, para a venda de empreendimentos imobiliários em Espanha, propagandeados como se estivessem localizados no «el Algarve», conforme o panfleto da empresa espanhola Tasa Costa Esuri Resort que se anexa.

Mesmo no negócio imobiliário, onde se vendem ilusões que por vezes se transformam em pesadelos, existe um mínimo de seriedade que convirá exigir a todos os seus agentes.

No caso vertente, publicitar a venda de apartamentos em Huelva e Ayamonte como se fossem no Algarve, mesmo que signifique o reconhecimento do padrão de qualidade de referência da região algarvia, configura uma situação de publicidade enganosa, que pretende desviar os investidores de Portugal para o lado de Espanha, com todo o prejuízo financeiro que isso implica para o nosso país.

Nestes termos, ao abrigo das disposições constitucionais, legais e regimentais em vigor, requeiro a V. Exa. se digne obter do Ministério da Economia e Inovação resposta às seguintes perguntas:

1. Tem conhecimento da situação atrás descrita?
2. O que fez, ou pensa fazer, para evitar este aproveitamento abusivo e enganador do nome do Algarve, em proveito estranho a Portugal?

Assembleia da República, 25 de Agosto de 2007

José Mendes Bota

2 comentários:

Luis Eme disse...

E esta?

Estes espanhóis são levados da "breca"...

Espera, mas eles estão a fazer publicidade gratuita ao Algarve (será?)!

Asulado disse...

Esses tipos não desistem.