quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Um comentário

O post do «Grrr…», ali em baixo, teve um comentário, a que já respondi. Como acho que é importante, trago-o agora para aqui, que sempre é um lugar mais visível (de qualquer forma, pode ser lido também no blog «O Leão da Estrela». Eu concordo em boa parte com a análise que é feita no comentário. Não é muito normal ver opiniões de sportinguistas que não alinhem sempre pela cartilha dos dirigentes, e isso é tão mais estranho quanto o facto de o clube nos últimos anos não ter tido muita sorte com a gente que lhe tem saído ao caminho – talvez agora as coisas a esse nível até estejam menos mal, mas mesmo assim de vez em quando ainda dá para os adeptos se arrepiarem.
A segunda parte do primeiro parágrafo é praticamente uma cópia do que respondi ao comentário. Quanto ao comentário, é o seguinte:
«A ideia de pedir a repetição do jogo Sporting-Paços de Ferreira, que é defendida pelos juristas da SAD do Sporting, é mais um episódio destinado a entrar no anedotário bem recheado do grande pântano em que vive o futebol português, à semelhança do célebre luto sportinguista decretado há uns anos pelo ex-presidente Dias da Cunha./ Infelizmente, nos últimos 25 anos, a história do futebol português está resumida a títulos do FC Porto, entremeados com títulos do Benfica enquanto andava por lá Fernando Martins, o grande amigo de Pinto da Costa em Lisboa./ Para o Sporting, que investiu como ninguém em grandes equipas e em grandes treinadores, ficaram três campeonatos e umas taças sobrantes, conquistados em anos de crise e distracção dos controladores. Nos anos 90, o Sporting ganhou uma Taça de Portugal e uma Supertaça porque tinha mesmo uma grande equipa, o mesmo acontecendo quando foi campeão em 2000 e 2002, falhando muito ingloriamente um tri-campeonato porque o Boavista de Valentim Loureiro se meteu na luta, presumivelmente por ‘determinação’ do tal ‘sistema’, vencendo a Liga de 2001. Quem não se lembra do anti-jogo e do jogo violento que levou o Boavista ao título? Quem não se lembra da protecção dos árbitros a esse tipo de jogo?/ Apesar do jejum de títulos, é curioso verificar as tentativas do Sporting para abraçar os métodos nortenhos, ao ponto de o ‘namoro’ incluir trocas de jogadores com o FC Porto e transferências de quadros técnicos. É também curioso lembrar o silêncio do Sporting quando a classificação da equipa no campeonato indicava o cumprimento dos objectivos.../ O mesmo silêncio, afinal, que se verificou antes do último Nacional-Sporting, e mesmo depois dele. O árbitro Paulo Paraty nunca poderia ser o escolhido e a sua nomeação deveria ter sido recusada ou aceite sob protesto, mais a mais por se tratar de um dos homens do ‘apito dourado’. Mas ele acabou por dar a vitória ao Sporting e o clube assobiou para o ar e para os lados. Também a nomeação de João Ferreira deveria ter sido chumbada antes do jogo com o Paços de Ferreira, nomeadamente por anteriores graves prejuízos que esse árbitro já provocou ao Sporting./ O ‘sistema’ mafioso que domina o futebol português é tão requintado que, em apenas dois jogos, conseguiu arrumar com a legitimidade de quaisquer críticas do Sporting. Numa jornada, o ‘sistema’ deu três pontos na Madeira, ante o silêncio cúmplice do clube. Noutra, logo a seguir, tratou de retirar os mesmos três pontos. Enquanto isso, o FC Porto faz o seu caminho sem arbitragens polémicas, repete excelentes inícios de campeonato em termos de facturação de pontos e, como noutros anos, ganha balanço para mais um título.../ Neste quadro, a argumentação que a administradora da SAD Rita Figueira e outros juristas do Sporting estão a reunir deixa de ter sentido, nomeadamente por já ter passado a ideia de que o clube só está contra quando é lesado, calando-se quando é beneficiado. E, deste modo, o Sporting, nesta cruzada, pode ter o apoio dos adeptos e simpatizantes mais ferrenhos, mas não tem seguramente o apoio da opinião pública.»

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